Consolidada no mercado mundial de carnes, a Naturafrig Alimentos é uma empresa 100% brasileira e que atua há mais de 30 anos no setor.
As restrições anunciadas pela Rússia às importações de carne de seis frigoríficos do Brasil, no fim de semana, ocorreram no momento em que o setor começa a consolidar um processo de recuperação, após passar pela maior crise de sua história, com a Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, que colocou em dúvida o sistema de inspeção sanitária do governo. Embora o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, tenha avaliado que as recentes medidas russas não têm gravidade, elas preocupam representantes da cadeia de produção.
A Carne Fraca provocou um declínio de 25% nas exportações brasileiras de carne, em março e abril. Hoje, o setor respira aliviado. Em setembro, as vendas de carne bovina ao exterior somaram US$ 557 milhões, alta de 17,46% sobre o faturado em igual período do ano passado. No mês, foram embarcados 135.562 toneladas.
Os dados revelam que o Brasil superou os prejuízos causados pela repercussão negativa dos problemas encontrados pelas autoridades em frigoríficos nacionais, que levaram diversos países a suspender as compras do Brasil. Passada a fase ruim, o setor deve terminar o ano com um faturamento de US$ 5,7 bilhões, apenas US$ 4 milhões a mais do que o registrado em 2016, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC).
O Brasil exporta carne bovina para 93 países. O comércio já está normalizado com 33 nações. Outras 56 ainda mantêm um sistema de inspeção reforçada ao produto brasileiro. Apenas três países continuam com o comércio inteiramente fechado — Benin, San Vicente e Granadinas, e Zimbabue, mas eles têm pouca representatividade no conjunto de importadores, segundo a ABIEC. A entidade reúne 31 empresas do setor no país, responsáveis por 90% da carne negociada em mercados internacionais.
O principal importador da carne bovina brasileira é Hong Kong, responsável pela compra de 32.786 toneladas em setembro, 57% a mais do que em setembro do ano passado. O Egito, segundo maior importador, comprou 21.194 toneladas, o que representou um aumento de 5,34% em relação ao mesmo período de 2016. As exportações para a China tiveram alta de 10,98%, com a venda de 17.502 toneladas.
De janeiro a setembro, as exportações alcançaram 1,06 milhão de toneladas, 1,84% a mais do que nos nove primeiros meses de 2016. O faturamento acumulado no ano é de US$ 4,3 bilhões, 6,61% maior que o do mesmo período do ano passado. A carne in natura se manteve como a categoria mais exportada em setembro, com o embarque de 111.933 toneladas, que geraram faturamento de US$ 471 milhões, crescimento de 21,25% na variação anual.
Dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços indicam que em março, mês em que foi realizada a Operação Carne Fraca, o Brasil exportou 98,2 mil toneladas do produto in natura, um volume 11,3% menor que o registrado no mesmo período do ano anterior. Em abril, as vendas caíram ainda mais — 18%, para 88.947 toneladas.
Fonte: www.correiobraziliense.com.br